Trecho da matéria:
" ... No Acre, é a primeira vez que os líderes das comunidades Afro-decendentes estão comemorando o dia da Consciência Negra".
“No Rio Grande do Sul, apesar de parecer que não existem negros em razão da colonização italiana, alemã, judaica, o movimento negro é muito forte e atuante. Aqui no Acre, da mesma forma, parece que não existem negros, mas só agora o assunto é fomentado e colocado para fora das pesquisas a da academia, para a população. Tudo estava muito a nível da universidade e agora a sociedade tem o prazer de saber que também aqui no Acre o povo negro ajudou a construir o Estado e tornar a cultura tão rica e maravilhosa”.
O Presidente da Sernegro, José Rodrigues Arimatéia, explica que as contribuições do governo são importantes para a realização da do movimento no Acre.
“A partir de 2007 o movimento negro anda com as próprias pernas, mas com a parceria com o governo do Estado e com a prefeitura através da Fundação Garibaldi Brasil. O movimento não é apenas cultural, mas político, com a necessidade de elaborar propostas de políticas públicas”.
Fonte: Agência de Notícias do Acre
Eudemar Bastos do Cernegro: "pessoas negras nunca estão na linha de frente de lojas de moda, em consultórios médicos e em outros locais."
Referência da Cultura Afro-Brasileira do Acre (Cernegro/Ac), em parceria com as Fundações Culturais Elias Mansour e Garibaldi Brasil e Sesc, visa dar maior visibilidade às diversas manifestações da cultura negra presentes no Estado e chamar a atenção dos Poderes para que se enfatize políticas públicas para a cultura afro-brasileira.
A abertura da semana comemorativa acontece na manhã de hoje no Memorial dos Autonomistas, com o lançamento da exposição “Identidade Afro-Amazônica”. A partir das 16 horas, o palco das celebrações será a rua 1º de Maio, antiga rua África, localizada na extremidade da Passarela Joaquim Macedo, no 2º Distrito.
O diretor executivo do Cernegro, Eudmar Bastos, afirma que a data é uma das mais importantes do movimento negro, por tratar do dia em que foi assassinado Zumbi dos Palmares, considerado o grande herói negro do país. Ele acredita que a consciência dos cidadãos deve partir da educação.
“Tanto é verdade que o tema da semana é ‘Educação no Combate ao Preconceito e à Discriminação’.Fonte: http://www2.uol.com.br/pagina20/20112007/c_0620112007.html
Trecho da matéria:
Manifestações culturais e históricas de características afro-brasileiras exerceram importante influência no processo histórico acreano. De acordo com o historiador Marcos Vinicius Simplício Neves, exemplos não faltam para ilustrar essa afirmação. A história tem início com o caboclo negro Manoel Urbano, que não só descobriu o Acre, mas foi seu primeiro civilizador, explorando a região e estabelecendo amistosas relações com os grupos indígenas. “A mistura de brasileiros que vieram de todas as partes durante a febre da borracha com os povos de diversas nacionalidades que aqui existiam, como bolivianos, espanhóis, barbadianos, portugueses e peruanos, fez o Acre se transformar em um verdadeiro resumo do mundo”, afirma o historiador.
São identificados ainda importantes combatentes negros que lutaram na Revolução Acreana, como Capitão Ciríaco e Pio Nazário. “Ainda podemos levantar a hipótese de escravos quilombolas fugitivos terem chegado ao Acre descendo o rio Madeira ou subindo o Purus e o Juruá, ou também a vinda de fugitivos de Canudos em busca de uma vida mais digna com a sociedade da borracha”, explica o Simplício.
Além disso, segundo ele, a criação da doutrina do Santo Daime, religião tipicamente acreana, também teve participação direta e decisiva de negros oriundos da baixada maranhense, Irineu Serra e Daniel Matos.
Quanto ao campo das artes e da cultura, o historiador afirma que sempre foi terreno pródigo de atuação dos negros acreanos, como Da Costa, que além de ajudar a construir o Palácio Rio Branco, marcou uma época da vida musical acreana através de seus sambas. “Basta um olhar mais atento para identificar a participação de afro-descendentes em todas as etapas da formação da sociedade acreana, bem como nos usos e costumes mais comuns de seu povo”.
Afro-descendentes mostram sua força no Acre e organizam festa no 2º Distrito
Uma série de eventos culturais deve acontecer logo mais à tarde, na pracinha da passarela Joaquim Macedo, localizada no Segundo Distrito, em frente a rua 1º de Maio. A celebração é em alusão ao Dia da Consciência Negra, comemorado hoje, 20. O local do encontro é um espaço recém-inaugurado e tem uma simbologia especial porque a 1º de Maio, no princípio do século 20, era conhecida como rua da África, ao longo da margem do rio Acre, onde moravam muitas famílias negras do povoado nascente.
“Zumbi e Chico. Palmares e Xapuri. Seus quilombos, seus empates. Suas guerras de mascates...” O reggae, estilo musical de origem afro, foi o ritmo escolhido pela banda acreana Los Porongas para fazer referência a dois importantes ícones da história brasileira. O primeiro, líder dos quilombos de Palmares, representou a maior e mais importante comunidade de escravos fugidos nas Américas. O segundo, acreano, seringueiro e líder sindical, participou ativamente das lutas dos seringueiros contra o desmatamento e em defesa da terra.
Aparentemente, há pouca coisa em comum. Mas o fato é que, 20 de novembro, data da morte de Zumbi, é o dia da consciência negra. E neste dia, as manifestações culturais afro-descendentes do Acre irão comprovar a multiplicidade de memórias e histórias identificadas na formação de Rio Branco, em uma tarde onde a capoeira, samba, hip hop, candomblé, umbanda, quadrilhas juninas e carimbó estarão juntas expondo claramente a importância e a diversidade de homens e mulheres de cor negra na construção da sociedade acreana.
Uma história que tem cor
Manifestações culturais e históricas de características afro-brasileiras exerceram importante influência no processo histórico acreano. De acordo com o historiador Marcos Vinicius Neves, exemplos não faltam para ilustrar essa afirmação. A história tem início com o caboclo negro Manoel Urbano, que não só descobriu o Acre, mas foi seu primeiro civilizador, explorando a região e estabelecendo amistosas relações com os grupos indígenas. “A mistura de brasileiros que vieram de todas as partes durante a febre da borracha com os povos de diversas nacionalidades que aqui existiam, como bolivianos, espanhóis, barbadianos, portugueses e peruanos, fez o Acre se transformar em um verdadeiro resumo do mundo”, afirma o historiador.
São identificados ainda importantes combatentes negros que lutaram na Revolução Acreana, como Capitão Ciríaco e Pio Nazário. “Ainda podemos levantar a hipótese de escravos quilombolas fugitivos terem chegado ao Acre descendo o rio Madeira ou subindo o Purus e o Juruá, ou também a vinda de fugitivos de Canudos em busca de uma vida mais digna com a sociedade da borracha”, explica Neves.Além disso, segundo ele, a criação da doutrina do Santo Daime, religião tipicamente acreana, também teve participação direta e decisiva de negros oriundos da baixada maranhense, Irineu Serra e Daniel Matos.
Quanto ao campo das artes e da cultura, o historiador afirma que sempre foi terreno pródigo de atuação dos negros acreanos, como Da Costa, que além de ajudar a construir o Palácio Rio Branco, marcou uma época da vida musical acreana através de seus sambas. “Basta um olhar mais atento para identificar a participação de afro-descendentes em todas as etapas da formação da sociedade acreana, bem como nos usos e costumes mais comuns de seu povo”.
Fonte: Governo do Acre
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